Fotos: Arquivo Pessoal
Com mais de sete décadas de vida religiosa, o irmão marista Fábio Paulleto, ou apenas irmão Fábio,
87 anos, tinha como principal virtude um coração voluntário.
Nascido na localidade
de São Rafael, que, à época, pertencia a Cachoeira do Sul, ele se interessou pela vida religiosa ainda quando criança, por influência da família e da comunidade onde morava.
Irmão Fábio dedicou a vida à assistência social e religiosa, tendo como foco pessoas em situação de vulnerabilidade social e as centenas de alunos que formou.
Formado em História Natural pela Universidade Católica do Paraná (PUCPR), ele deu continuidade aos estudos no Rio de Janeiro, na França e na Colômbia.
A partir de 1956, o religioso passou a atuar no Colégio Marista de Santa Maria, onde exerceu diversas funções, entre elas, de professor e supervisor. Devido à profissão, ele teve muitos contatos, tanto no Coração do Rio Grande quanto em inúmeras cidades do Estado. Após a aposentadoria, irmão Fábio passou a realizar cursos de culinária para comunidades desfavorecidas. Além da docência, da vocação religiosa e das ações solidárias, ele foi chefe de escoteiros.
Irmão Fábio cresceu ao lado de sete irmãos: Alvarina e Delfino (falecidos), Osvalda, Maria, Talita (falecida), Marcelina e Renato. Mesmo morando em diferentes lugares, ele nunca deixava de procurar ou de reunir a família.
Marcelina, 73 anos, modista aposentada, recorda a personalidade do irmão, que, segundo ela, cativava amigos, colegas e alunos.
- Ele era comunicativo e atencioso. Jamais deixava de atender à comunidade e prestar socorro a quem precisasse dele. Além disso, adorava estar ao lado dos sobrinhos. A alegria dele era nossos encontros na praia aos finais de ano. Irmão Fábio tinha 17 sobrinhos, entre eles, Adriana, 49 anos, que guarda lindas lembranças do tio e amigo:
- Um dia, ele me presenteou com um livro de culinária e me ensinou a fazer várias receitas. Meu tio gostava de ficar na cozinha. Era o dom dele.
Ainda de acordo com a sobrinha, irmão Fábio alegrava-se a cada oportunidade de ensinar. Para ele, o ofício de mestre era uma dádiva
Os trabalhos do irmão Fábio, em pastorais e colégios, teve foco no Rio Grande do Sul. Devido ao espírito missionário, ele deixou o legado da generosidade em dezenas de cidades.
O irmão marista Rudi Hahn, 75 anos, conviveu por muito tempo com o colega, a quem considera exemplo de devoção aos que vivem à margem da sociedade.
- Irmão Fábio era muito prestativo para com os humildes. Certa vez, ele instalou um forno em Cruz Alta para fabricar pão e distribuir aos mais pobres.
Desde 2011, o religioso estava com a saúde debilitada. Em 19 de fevereiro, Fábio Paulleto morreu devido a uma embolia pulmonar e infecção urinária. Ele foi sepultado no cemitério dos Irmãos Maristas, em Viamão, no mesmo dia.
OUTROS FALECIMENTOS EM SANTA MARIA E REGIÃO
Funerária São Martinho
15/2
João Francisco Engracio de Souza, aos 81 anos, sepultado no Cemitério Ecumênico Municipal
16/2
Izabel Rodrigues da Silva, aos 80 anos, sepultada no Cemitério Ecumênico Municipal
Justo Erasto França Sauthier, aos 73 anos, sepultado no Cemitério Santa Rita
Lurdes Farina Peres, aos 86 anos, sepultada em Itaqui
17/2
Santa Olga da Trindade
Marafiga, aos 63 anos, sepultada no Cemitério Jardim da Saudade